Já parou para pensar que o “nós” construído em um relacionamento entre o “eu” e o “tu” é um “ser abstrato” e que, por conta disso, precisa ser observado e cuidado com atenção o tempo todo? Da mesma forma, já percebeu que a comunicação é a ponte que estabelece a conexão entre esses dois seres reais (eu e tu)?
Para que esta ponte seja sólida, uma comunicação eficaz faz toda
a diferença. Agora já não estamos falando de uma abstração, mas sim da
possibilidade concreta e profunda de encontro entre
duas almas. Estas duas almas são humanas e possuem legítimos sentimentos que
estão associados a necessidades universais, mas que, por padrões sociais ou
pelos ruídos internos a que damos voz em nossa mente, aprendemos a confundi-las
com as estratégias que utilizamos para satisfazê-las.
Ocorre, no entanto, que raramente
estabelecemos uma compreensão empática uns dos outros, nem mesmo sobre as
motivações profundas, naturais e humanas que levam os outros a agirem como
agem. Além disso, é raro assumimos a nossa responsabilidade na relação,
transferindo nosso verdadeiro poder para nossa(o) companheira(o). Assim,
esperamos que nossos desejos e necessidades sejam satisfeitos às custas do
nossa(o) parceira(o). No fim, quem paga o preço é a própria relação: o “nós” se
dissolve, estabelecendo-se, ao invés de uma ponte robusta e sólida, um muro
entre o “eu” e o “tu”.
A Comunicação Não-Violenta
(CNV) nos convida a transformar esses muros em pontes, ao trazer luz para a
consciência comunicacional de forma a estabelecer relações saudáveis sustentadas
na verdade e liberdade no “encontro das almas”. A partir da atenção da forma
como nos comunicamos e dos benefícios de uma abordagem empática conectada,
presente, atenta e desprovida de julgamentos podemos nos beneficiar de uma
relação em outro patamar mais empático e íntegro.
A CNV nos permite observar
que há outras formas atendermos as nossas necessidades humanas sem recorrermos
à intimidação, medo, vergonha, acusação ou ameaça. Assim, liberta os parceiros
para serem íntegros e presentes na relação e estabelece a fluidez e a
flexibilidade necessárias para esse “encontro do nós”.
A CNV e os relacionamentos
afetivos foi o enfoque da oficina de ontem (08/09/2015) do Ciclo de Encontros e
Vivências na qual foi possível vivenciar como a comunicação compassiva pode apoiar
a construção de pontes (e a sua manutenção) nos relacionamentos.


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